sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Ausências...

Olás...

Há pouco você chegou. O voo foi mais curto, desta vez.
Mas, mais curta é a sua estada. Amanhã já se vai.
Agora, é esperar, com ansiedade,  o próximo voo.
Interessante o que a distância nos faz.
A distância também aproxima.Não é de todo ruim.
A presença da ausência pode até nos fortalecer,
Ainda mais.

A ausência de alguém, vivo, porém, difere de outras ausências.
Como da ausência definitiva.
Hoje, de novo, vi aquele homem chorar.
Fui abraçá-lo. Confortá-lo. O que dizer-lhe?
Em menos de dois anos perdera três filhos.
O último, ainda nem se faz um mês.
Hoje, entre lágrimas,  eu o ouvi dizendo:
"Eram quatro filhos. Só um me resta".
E eu ali, abraçando-o, sem nada dizer.
Retirei o lenço de papel de meu bolso...
E lhe dei, para enxugar aquelas lágrimas.
Caiam mais.

A Lei Natural da Vida, dizem,
É que os filhos enterrem os  seus pais.
Não o inverso. Não desse jeito.
Não da maneira como aconteceu.
Aquele homem sente as ausências.
Aquelas que doem mais.
A presença na mente, de saber-se ausente,
Pessoas queridas...
Não as veremos.
Nunca mais.

Esta sua presença será mais curta. Amanhã já irás.
Sei que é uma ausência temporária...
Ausência de corpos  convivendo, rindo... alegres.
Mas basta pegar um celular, e já comigo "estarás".
Prefiro essa ausência (porque te vejo, te ouço... sabemos de nó),
Àquelas ausências doloridas...
Daquele pai.




Mamãe Coruja



domingo, 26 de outubro de 2014

Vamos às urnas!

Olás...


Mais uma vez brasileiros irão às urnas. Votação dupla, hoje.

Candidatos à presidência do País  e governadores dos estados - que não venceram logo no primeiro turno - estarão na berlinda, logo mais.

Enfim, tudo anda mal. Mas tem um ditado que acredito muito e sempre repito em momentos assim: "Nada é tão ruim que dure para sempre".

Só sei que quem tem o osso está difícil de  largar. E outros, querem muito o osso. Uma briga de cachorros, na grande concepção da palavra.

Vamos lá!



Mamãe Coruja

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

345 anos. Parabéns, Manaus!

Olás...



Parabéns pra Manaus, nesta data querida, muito e muito progresso, muitos anos de vida!

Dia 24/outubro é o aniversário de Manaus. São 345 anos de pura magia de uma cidade localizada em meio a maior Floresta Tropical do Mundo.

Manaus tem de tudo. Tem calor, abundância de água, vasta vegetação. Tem povos e culturas de todos os lugares. De todos,  mesmo! Tem um linguajar especial, criado ao jeito caboclo, ao jeito do ribeirinho, das muitas misturas de tribos, até de outros continentes,  que por Manaus demonstraram a opção de viverem.

Manaus tem o Teatro Amazonas, a Arena da Amazônia, o Mercado Adholpo Lisboa. Manaus é banhada pelo Rio Negro, que lá adiante se encontra – mas não se mistura - com o Rio Amazonas. Manaus tem matrinxã, tambaqui, pirarucu, tucupi, tacacá, tucumã e buriti. Tem tapioquinha, biju, pé de moleque, farinha de mandioca, macaxeira, tem morena faceira, cunha poranga e curumin.

Manaus abraça portugueses, alemães, franceses. Tudo forma uma só tribo. Manaus tem placa de propaganda com erros de Português, e tem vocabulário “amazonês”. “Tu é leso, é?”, “Te mete!”, “É mêrmu...”. Manaus todos são “mana, manos e maninhas”. Um laço só. 

Manaus tem político honesto, desonesto, tem eleição, santinhos no chão. Manaus dança em asfalto quente, faz manifestação e protesto, e as barracas com guloseimas nas calçadas, estão. 

Manaus tem enchentes. Tem Praia da Ponta Negra, cachoeiras, igarapés, fontes de águas secadas pela poluição.

Manaus tem shopping´s; tem barzinhos, padarias chiques e cafés tão gostosos, que toma-se café como água, mesmo no calor de 40º.

Tem o Largo São Sebastião. Igrejas e escolas rurais. Árvores centenárias em abundância. Instituições de pesquisa de relevância. Manaus é pesquisada e tem a pesquisa em sua raiz.

Manaus tem muito mais!

Manaus tem mais de 3 séculos de vida. Manaus, cidade querida... Manaus!

Conheça Manaus!

https://www.google.com.br/search?q=Nomes+da+cidade+de+manaus&client=firefox-a&hs=B04&rls=org.mozilla:pt-BR:official&channel=sb&tbm=isch&imgil=mKny3w7sfDgZoM%253A%253BYtVypuBS-S4IDM%253Bhttp%25253A%25252F%25252Fpt.wikipedia.org%25252Fwiki%25252FGeografia_de_Manaus&source=iu&pf=m&fir=mKny3w7sfDgZoM%253A%252CYtVypuBS-S4IDM%252C_&usg=__5zvXDlH9HcWPDKxdcR_EAX-HMnU%3D&biw=1440&bih=740&ved=0CGEQyjc&ei=VlNJVOTVCYm6ggSx6YK4BQ#facrc=_&imgdii=_&imgrc=mKny3w7sfDgZoM%253A%3Bb9gZ75hkLHnDKM%3Bhttp%253A%252F%252Fupload.wikimedia.org%252Fwikipedia%252Fcommons%252F3%252F39


Mamãe Coruja

domingo, 19 de outubro de 2014

Aquela casa vazia...

Olás...

Da janela, agora, vejo a água da chuva caindo.
O tilintar dos pingos nas telhas,
As folhagens das árvores dançam ao som do cair da água.

Olho, e vejo uma árvore caída,  sendo lavada pela chuva.
Era  uma das árvores plantadas ao entorno daquela casa...
A casa  de uma vizinha. Daqui a vejo, bem à frente de meus olhos.

A árvore não caiu com a chuva que agora cai, da qual escuto o som batendo no asfalto.
A árvore já está caída há mais dias, desde a penúltima chuva, que veio acompanhada de ventos fortes,
E era madrugada.
Está  ali. Todos os dias, ao abrir a janela de um dos meus quartos, vejo a árvore caída.
Todos por ela passam, mas parece que ninguém a percebe. A árvore caída já perde o seu verde.

Vi aquela árvore sendo plantada, anos atrás. Eu a vi crescer. Amadurecer. Ser podada várias vezes.
Também vi aquela casa cheia de gente alegre, crianças brincando na rua.
E a árvore ali, também crescendo e vivendo com aquela família.

Agora, ao  admirar da minha janela a chuva que cai e ameniza o calor,
Percebo que a árvore só refletiu o que se passava com aquela família.
Um dos filhos foi o primeiro a seguir outros rumos. Logo,o outro seguiu outros, também.
Apenas ficaram o casal e aquela  menina,  nem adolescente era, quando a árvore ali chegou.

O pai se foi.  Apaixonou-se e foi viver nova vida. Ele nunca mais veio ver a árvore que plantara.
Elas ficaram, sozinhas, mãe, filha... e a árvore.
Mas há alguns meses, da minha janela, percebo que na casa já não há  mais ninguém.
O mato substituiu a família. Tomou conta da ausência de vida humana.

Agora, da  minha janela, enquanto vejo a chuva parar de cair,
Dou-me  conta que a árvore  morreu de saudades.
Sinto tanto! Daqui consigo ouvir o seu gemer:
"Por que me deram vida, se todos foram embora, sem sequer me sararem as feridas?"

A  chuva parou. Tomada estou de muita emoção,  porque percebo que as famílias se rompem,
Deixam para  trás histórias de adultos; histórias infantis.
Por  onde anda essa gente?  E essa  árvore,  por que ninguém a afaga?
Só eu a vejo daqui. Crianças passam por ela, vindas da escola. Gritam, riem.
Mas nada sabem da história daquela casa, da árvore.

Só eu percebo tudo isso daqui.
O carro coletor de  lixo  também passa por ela.Tenho receio que a levem.
Espero que alguém da "família da árvore"  apareça por ali.
E se  lembre o quanto aquela árvore foi importante em suas vidas.

Vou continuar a abrir a janela do meu quarto.
Vou olhar da janela a chuva cair.
Alguma raiz daquela  árvore irá viver.
E contarei, aqui,outra história.
De famílias que se separam, mas permanece o bem-querer.


Obs- História real- liguei o PC enquanto chovia... e a árvore está ali. Daqui a vejo, como também a casa vazia.

Mamãe Coruja

domingo, 12 de outubro de 2014

Brincadeira de criança

Olás...

Depois de passar minha infância no interior, cheguei à cidade "grande" para passar a adolescência e todo o resto da minha vida, pelo que se vislumbra.

Nem sabíamos da existência do  Dia da Criança, porque todos os dias eram dias nossos. O interesse comercial na venda de brinquedos nem existia, até porque não havia brinquedo a ser vendido.

Nossas bonecas eram "fabricadas" por nós, as bolas para jogar futebol debaixo de chuva também eram fabricação da "turma", feitas com o leite da seringueira (até hoje sei como fazer esse processo). Os meninos, com seus carrinhos e trens,  todos feitos com latas vazias de leite; e barquinhos feitos de papel. 

Nossos papagaios (não conhecíamos a expressão pipa) eram confeccionados por nós, mas sequer chegavam aos pés das pipas modernas. Se elas ultrapassassem a cumieira (ou cumeeira) de nossas casas já era motivo de orgulho e gritaria de alegria. Não usávamos cerol, nem tínhamos noção disso. Graças a Deus éramos completos ignorantes a respeito. O cerol, atualmente utilizado nas linhas das pipas, já ocasionaram a morte de muitas pessoas e mutilaram outras tantas.  Uma brincadeira de muito mau gosto.

Joguei pião, mas até hoje não consigo fazer com que rodopie por tanto tempo. Dias desses tentei, mas é carma: não consegui!

Mas jogar com bolinhas de gude, sim, aprendi. E ainda tenho enorme atração por essas bolinhas de vidro. Hoje elas me acompanham para enfeitar meus vasos de flores.  Mas no fundo mesmo, é para sempre me lembrarem que quando eu quiser brincar... só retirá-las do vaso e tentar reviver a infância. 

Hoje é comemorado, no Brasil, o Dia da Criança. 

Esse dia foi criado (1920) antes de ser comemorado no restante do mundo (20/11/1959 a UNICEF oficializou a Declaração Universal dos Direitos da Criança, desde então essa data passou a ser comemorada na maioria dos países do mundo).

Nas semanas que antecedem este dia a propaganda é focada para um público, bastante exigente, que já não se contenta com os tais brinquedos acima descritos. Hoje, se uma criança abrir esse tipo de presente, a reação será jogar na cara de quem teve o "infeliz" gosto em presenteá-la. Mas os pais também já não dispõem de tempo - é o que eles dizem - para "fabricar" presentes para seus filhos. 

As lojas estão abarrotadas de "heróis  esquisitos", vindos de outros planetas. Àquela época, se calhasse algum de nós receber um presente desses, sairia correndo com medo daquelas caras estranhas.

                                                       Hoje é o Dia da Criança

E, nos outros dias, como os pais estão deixando seus filhos? Madrasta que matam; pais que machucam; padrastos que maltratam e ainda tiram foto da criança e exibem no celular. O que nossas crianças estão vendo nos celulares de última geração, presentes dos pais no Dia da Criança? Quantas crianças ainda continuam sem educação?  Quantas ainda esperam pelo lanche da escola, porque em casa nada têm para se alimentarem, e essa merenda não vem, porque é desviada para outros interesses? Quantas crianças não têm dia algum para comemorar, porque já nascem e são jogadas nos esgotos?  Quantas  crianças... quantas?

No fundo,  tudo é comércio. Tudo gira em torno de interesse financeiro, ou político. 

Se em 1920, algum brasileiro teve a ideia de criar esse Dia - e devo duvidar do objetivo, porque essa ideia veio de um político, deputado federal Galdino do Valle Filho - , foi somente no período de 1955 a 1960, quando a fábrica de brinquedos Estrela, em parceria com a Johnson &  Johnson, lançou a Semana do Bebê Robusto, é que passou a ser comemorado o Dia da Criança a cada 12 de Outubro.

Como se vê, interesse comercial por detrás de tudo isso, porque ambas as fábricas criaram a Semana do Bebê Robusto, com a intenção de aumentar a venda de brinquedos nessa semana.

Nada contra, mas queria tanto que nossas crianças fossem mais felizes e não somente uma felicidade efêmera, do tamanho do tempo que vai durar aquele brinquedo comprado na loja.


Mamãe Coruja

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

O Ebola chegou ao Brasil?

Olás...

Assisti, no Jornal GloboNews, edição das 18h,  a entrevista do Ministro da Saúde, Arthur Chioro,  e do Secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, anunciando o primeiro caso suspeito  do Vírus Ebola, no Brasil.  

É estranha aquela  sensação de que o PERIGO está batendo à porta (e não é de hoje), mas tentam acalmar a população - e não poderia ser diferente, senão seria o caos - de que tudo está sob devido controle, e que todos os procedimentos previstos nos protocolos brasileiros foram aplicados com êxito. Afirmou, ainda, que o risco da doença no Brasil é baixo, porque dispomos - segundo ele - de serviços de vigilância sanitária de segurança,  para agirmos sobre situações que se imponham, como chegadas ao Brasil por meio de qualquer tipo de transporte.

Melhor mesmo seria sabermos que o risco é zero!

O paciente com suspeita da doença veio da Guiné, onde lá também tem sua origem, sendo um dos países mais afetados pelo Vírus. Fez escala no Marrocos e, em 19/09,  desembarcou no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. 

Ontem 09/10, disse ter tido febre alta, dor de garganta e tosse. Foi encaminhado à Unidade de Pronto Atendimento - UPA, de Cascavel/Paraná. Embora  já não apresentasse quadro febril,  ficou no isolamento na UPA, até ser transferido, na madrugada de sexta-feira, dia 10/10,  para o Instituto de Infectologia Evandro Chagas - Fiocruz, no Rio de Janeiro, em um avião da Força Aérea Brasileira - FAB.

Soleymane Bah, 47 anos, antes de desembarcar no Brasil passou 21 dias viajando, daí as autoridades sanitárias decidiram pelo isolamento, em razão desse histórico e relato de febre.

Pelas informações prestadas durante a entrevista, Chioro confirmou a coleta de sangue realizada aproximadamente  às 8h30 desta sexta-feira. Em 24 (vinte e quatro) horas sairá o resultado do exame. 

Meu desejo é que Bah tenha tido, apenas,  uma ameaça de resfriado, e que logo fique bom.

Até lá ficaremos na expectativa e com dúvidas que nos atormentam. O Brasil, realmente, está capacitado - em todos os sentidos - para enfrentar a doença? Com uma área geográfica extensa, mecanismos de fiscalização nas fronteiras são eficazes? O controle das agências sanitárias, mesmo para doenças menos graves, tem tido 100% de êxito?

"O Brasil é um País de Todos"! E assim deve ser. Todos os povos são bem recebidos nessa imensidão de terra. Senão, vejamos a entrada, nesses últimos anos, dos sofridos haitianos. Só o Amazonas recebeu centenas deles. 

Será que os outros países também estão  alertas, porque nem se discute que a eficácia no combate/proliferação da doença é fazer o controle na saída  desses locais de risco.

Os dados da doença são alarmantes. Ouvi e fiquei sobressaltada, com as últimas atualizações: já foram mais de 4 mil mortos e mais de 8 mil estão contaminados.

A  preocupação é mundial. A Organização das Nações Unidas realizou uma reunião especial e o Coordenador da ONU diz que a crise é "multidimensional", e certamente com reflexos generalizados em vários setores.

Não há o que se ocultar. A epidemia está avançando mais rápido do que o controle, e só nos resta pensar positivamente, porque as consequências seriam catastróficas.

A  minha preocupação, em particular,  nesse momento de campanha política, é se o nosso Governo irá falar abertamente sobre o caso, ou irá abafar,  camuflar, como os problemas de mensalão, desvio de dinheiro da Petrobras, para que não "manche"  a candidatura. 

Hoje, pela manhã, soube de fonte fidedigna, que se a doença chegar por estas bandas, os órgãos responsáveis não teriam mecanismos adequados e necessários (roupas de proteção aos agentes, aparelhagem  etc),  para colocar em prática o protocolo de procedimentos,  no caso de alguma  pessoa suspeita de estar com a doença.

link da entrevista, na íntegra
 https://www.youtube.com/watch?v=dDzr0EfwIvE&list=UU12zKGLhMhDeDidoctM6BrA


Mamãe Coruja

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Prêmio Nobel: Seria a expiação da culpa?

Olás...


Senhoras e Senhores, o Prêmio Nobel da  Paz 2014 vai para...?

São 278 candidatos indicados ao Prêmio. Nunca foram tantos. De uma certa forma,  analiso isso como significativo. Afinal, muitos estão fazendo TUDO  pela PAZ!

Mas não é bem assim. Alguma coisa anda errada nisso tudo. Putin, presidente da Rússia, um dos candidatos ao Prêmio, é personagem principal do recente conflito na Ucrânia. 

O ex-analista da Agência Nacional de Segurança dos EUA, Edward Snowden, também está na lista dos indicados. Snowden decidiu correr os  riscos de revelar a existência dos programas de vigilância e espionagem mundial do Governo dos Estados Unidos da América, cujo presidente é Barack Obama, que também já recebeu o Prêmio Nobel  em 2009, por seus esforços - disseram os especialistas há época- para reduzir os estoques de armas nucleares e por seu trabalho pela paz mundial.

A jovem paquistanesa Malala, minha favorita, é outra entre os 278. Quem não se sensibilizou com essa criança - sim, uma criança, nos seus 11 anos - , que em 2009 iniciou a luta pelos direitos à educação e o direito das mulheres, onde meninas são proibidas de frequentar escolas? Suas falas foram ouvidas no documentário  do The New York Times sobre sua vida e as condições impostas pelo regime do Talibã.

Infelizmente, há exatos dois anos, em 09/10/2012, quando Malala voltava para casa em um ônibus escolar,  foi baleada na cabeça e pescoço em uma tentativa de assassinato por talibãs armados. Sobreviveu.

Sua primeira aparição pública,  após o triste episódio, foi  no dia 12 de julho do ano passado, já com 16 anos de idade. E comemorou seu aniversário discursando na Assembléia da Juventude, na Organização das Nações Unidas, Nova York (EUA).

Para mim, o texto a seguir, de parte de seu discurso, di per si,  já lhe daria - com merecida honra - o Prêmio Nobel da Paz: "... Vamos pegar nossos livros e canetas. Eles são as nossas armas mais poderosas. Uma criança, um professor, uma caneta e um livro podem mudar o mundo. A educação é a única solução..." (grifos meus).

Isso, certamente, é buscar a PAZ, sem as guerras bélicas.

Alfred Nobel, outro caso à parte. É o idealizador do Prêmio Nobel. Antes de morrer, sem o conhecimento da família, indicou no testamento que fosse criada uma fundação, com o objetivo de premiar, anualmente, pessoas que mais tivessem contribuído para o desenvolvimento da Humanidade.  E sua vontade foi cumprida: em 1900 foi criada a Fundação Nobel.

Químico que era, passou a desenvolver a nitroglicerina como explosivo (descoberta por outro jovem químico italiano). Em uma dessas explosões experimentais, acaba perdendo um irmão. 

A partir da nitroglicerina, Alfred Nobel consegue inventar a DINAMITE!

A partir de então, apesar dos benefícios à engenharia civil, por exemplo, as tragédias e os estragos provocados  pelo explosivo foram em maiores proporções. 


A Fundação Nobel, a instituição dos Prêmios, entre eles o Prêmio Nobel da Paz, seria uma espécie de expiação da culpa?

Quem, de fato, está promovendo a PAZ e mantendo esses esforços?  Ou o Prêmio está se tornando um objetivo com interesses políticos?



Mamãe Coruja






quarta-feira, 8 de outubro de 2014

"O Candidato Honesto"

Olás...

Domingo passado assisti ao filme O Candidato Honesto. Recomendo!

Com um humor escrachado, Leandro Hassum vive o papel de um político, candidato à Presidência do Brasil. Um mentiroso e corrupto inveterado.

Apesar do  bom  humor, como não poderia deixar de ser quando se trata de Hassum, o enredo traz uma reflexão acerca dos  políticos brasileiros.

O filme  é, do começo ao fim, cheio de cenas engraçadas. O auge, porém, é a participação do pai de santo, que "recebe" (incorpora) figurões inusitados - até  artistas -  do outro plano: Dercy Gonçalves (com os palavrões de sempre), e Ulysses Guimarães (perguntando por que Josè Sarney  está demorando a chegar  por  "lá"). 

O candidato está à frente, nas pesquisas, para o 2º Turno, mas - reabilitado moralmente - só fala a verdade!  É quando ele traz à tona tudo o que, de fato, acontece nos bastidores da Política. E as entrevistas diante das câmeras resulta num caos geral.

O enredo tem uma mensagem significativa, apesar do reforço - em quase 2 horas de filme - de que todo político é corrupto. Ainda assim, ainda é possível acreditar na honestidade de um candidato fora da sala de cinema?

Infelizmente, temos assistido cenas reais de que a corrupção é como uma doença contagiosa. Parece não haver político imune. É um "fenômeno" que destrói toda e qualquer tentativa do Estado de construir uma situação melhor para seus cidadãos, especialmente para os mais pobres, onde o efeito da corrupção é mais perverso.

A corrupção agrava a desigualdade social,  cria concorrência desleal e causa perdas incomensuráveis para o País.

Enfim,  quiçá todos os políticos tivessem uma "mandinga" da avó, para serem honestos.

Ah!  Mas isso é coisa que só acontece nos filmes ! ! !


Mamãe Coruja


sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Cenas que vivi.

Olás...

Andei descalça.
Comi fruta do chão
Criei lombrigas, anos a fio.
Vivi.

Água potável? Onde? Quando?
Infância alegre,
Brincadeiras mil.
Vivi.

Apanhei em casa
Na escola sabatinei.
Arranhões e palmatória.
Vivi.

Castigo atrás da porta,
Sem meter a cara fora.
Dormir à mesma hora.
Vivi.

Piolhos e frieiras
Coceiras, companheiras.
Furúnculos até na orelha.
Vivi.

Folha verde debaixo da língua
Com  medo da nota vermelha,
Não dava certo: apanhei.
Vivi.

Banho de chuva,
Lama na roupa.
Descer  a ladeira,  enlameada:
Vivi.

Apontar  lápis com a faca,
Pegar cola da seringueira.
Pintar o sete, afora.
Vivi.

Vivi todas essas cenas.
E outras cenas vivi.
São lampejos.
Desejos.
Que todos vivessem o que
Vivi.





Mamãe Coruja