quarta-feira, 14 de outubro de 2015

14º e 15 º Fragmentos


14º Fragmento

Estou em todo espaço que pensares.
Envolta,  como envolvida a tua derme,
Ou em cada frase que disseres.
Estou exposta, como tua epiderme.
Diz-me tudo o que quiseres,
Tanto quanto desejares.
Sou o atalho para as tuas procuras.
Estou em ti e nas palavras
Que tanto extravasa ternura.
Prendo-te aos meus anseios.
Não! Não o deixarei cair.
Ponho-te quieto, por entre meus seios.
Estarei contigo, como outrora,
Hoje e amanhã, certamente.
A qualquer tempo que se fizer hora.
Estarás comigo, eternamente.
Estou aqui. Olhas-me sem receio.
Não vês como te afago?
Sinta todos os meus sentidos,
E jamais se veja abandonado.


                                                              15º Fragmento

Por entre rios de água doce,
Em cachoeiras esculpindo as grutas.
Riachos calmos e límpidos
E em selvas de tantas aventuras.

É por lá que ando,
Pisando em solo fecundo
À espera que te encontre.
Ainda que por um segundo.

Meus olhos enxergam o verde,
Ouço cantos, como o do sabiá,
Só ainda não te vejo.
E me pergunto “quando será”?

Talvez algum dia aconteça,
De um rio cortejar o mar.
Mas oceanos são distâncias,
Que não  vislumbro alcançar.

E destes sonhos me alimento.
São sonhos que sonha o poeta.
Vou vivendo em jardins férteis
Onde voam  borboletas.

É assim que descanso meus pés,
De dias, longo enfado.
Adormeço, cantando algum bolero.
Acordo,  penso em ti e canto um fado.


Mamãe Coruja
 

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